Songs To Nowhere#109#Trendkill Radio#6.09.2021

SonicBlast Moledo 2017: Entre o oceano, o espaço e o deserto.

É junto à Foz do Rio Minho, mais concretamente em Moledo que termina a espera e o caminho de muitos fãs do stoner, do doom e do psicadélico que vem de todo o país, e cada vez mais também de outros países, em direcção ao SonicBlast de 2017 que vai decorrer no próximo fim de semana.
Presentemente à beira da sétima edição o SonicBlast Moledo que já trouxe até nós bandas como os Brain Pyramid ou os Pentagram vem confirmar a sua posição no mapa dos festivais da especialidade.
A excitação este ano ferveu ainda mais com o anúncio dos veteranos Orange Goblin e Acid King, assim como os Elder ou os The Machine e à medida que o cartaz foi sendo revelado, assim também o público se manifestava, ora a pedir mais bandas ora a pedir este mundo e o outro. Terá sido no entanto a noticia da vinda dos Colour Haze que se vão estrear em solo nacional que mais agitou o público.

Apesar de alguns contratempos como o cancelamento dos Kadavar, a organização soube manter o rumo e traz os Cosmic Dead que lançaram no inicio deste ano um novo álbum. Também com novo álbum para provar ao vivo e a cores temos os Sasquatch e os Elder.
De assinalar também a passagem por terras do Minho dos Kykagaku Moyo e dos Bar de Monjas. Assim poderemos assistir em cerca de 72horas , a cerca de 24 concertos, do doom ao psicadélico e ao stoner.

Na quinta feira em jeito de aquecimento e com entrada livre, poderemos assistir a partir das 17 h aos concertos de Jesus The SnakeChaos Ritual no Paredão 476. Às 23 h no Ruivo’s Bar teremos Desert Mammoth e Mr. Mojo.
Em ambos os dias os concertos começam às 13.30 no palco piscina. Este ano caberá aos Bar de Monjas, duo mexicano garage e stoner  abrir o festival. . Durante a tarde sexta poderemos assistir ao concerto dos Holy Mushroom, naturais de Oviedo, que nos levarão na primeira viagem intergaláctica do festival através do seu primeiro álbum, editado no final do ano passado. Teremos ainda os portugueses It Was The Elf, senhores de um stoner mais musculado e directo e os Stone Dead que trazem na bagagem um novo álbum fresquíssimo e cheio de excelentes músicas. Para finalizar a tarde em grande os Black Bombaim voltam ao SonicBlast para mais uma viagem nas suas músicas hipnóticas.

Na primeira noite o palco principal terá várias estreias em terras lusas; The Great Machine, o trio de Tel Aviv foi uma adição de última hora que irá agitar o público com o seu heavy psy a reviver a melhor a tradição dos anos 70, os The Well, o trio de Austin que se diz influenciado por artistas tão diversos como os Joy Division ou os Blue Cheer que nos trará um doom psicadélico e ainda os suecos Yuri Gagarin com o seu rock espacial recheado de riffs pesados.A noite continuará com o regresso dos japoneses Kykagaku Moyo e a apresentação dos Monolord que lançam em setembro o seu novo albúm do qual já se conhece o single Rust. A fechar a primeira noite teremos a aguardada estreia dos norte americanos Elder que também contam com novo albúm e os escoceses Cosmic Dead para que possamos viajar no céu aberto junto à foz do Rio Minho. Terminados os concertos haverá mais música para quem quiser continuar a noite no Ruivo’s Bar.

A tarde de sábado inicia-se com os portugueses Ana Paris no Palco da Piscina e segue com os mexicanos Vinnum Sabbathi que trazem o seu mais recente registo Gravity Works para nos apresentar. Teremos também os portugueses Löbo com a sua sonoridade hipnótica e introspectiva  e os Blaak Heat, uma banda que nos trará uma viagem por um psicadelismo de marcadas tonalidades do médio oriente. Caberá aos belgas Toxic Shock destilar energia com o seu punk hardcore e aos Death Alley o encerramento dos concertos no palco da piscina em grande alvoroço.

A noite de sábado inicia-se com o concerto dos Sasquatch neste momento em tour europeia do seu mais recente álbum, Maneuvers e o trio The Machine repetente em Moledo. A noite adivinha-se longa e pesada. Teremos os veteranos Acid King e Orange Goblin com as suas sonoridades stoner a fazer estalar o tímpano e uma das mais aguardadas estreias o trio alemão Colour Haze que adicionou este ano à sua extensa discografia o álbum In Her Garden. O encerramento do festival estará a cargo de Dead Witches com o seu doom hipnotizante.
Também na noite de sábado haverá mais música para aqueles que se queiram despedir em grande no Ruivo’s Bar. Não será difícil manter o ritmo, não será complicado acompanhar os riffs pesados ou as construções mais espaciais, basta querer. O SonicBlast Moledo está aí e esta é uma oportunidade a não perder!



Música do dia


Música do dia!


Enquanto esperamos pelo novo disco dos DAPUNKSPORTIF, a Música do dia é o seu novo single.   

Concerto do dia!!! The Claypool Lennon Delirium

The Claypool Lennon Delirium

Música do dia! Our Solar System - At the Edge of Time


Our Solar System - At the Edge of Time

The Machine; a Dinâmica da experimentação


Em contagem decrescente para o SonicBlast 2017, que irá acontecer em Moledo do Minho nos próximos dias 10,11 e 12 de Agosto, falámos um pouco com uma das bandas mais versáteis com quem contam este ano. O trio The Machine que já esteve entre nós, também no SonicBlast, em 2013. Conversámos informalmente com eles para vos dar a conhecer um pouco mais desta banda que iniciou o seu percurso em 2007 e que conta já com álbuns que são uma peça incontornável do que de novo acontece na música europeia de inspiração stoner. Falámos com David, o guitarrista e vocalista.

MDX - Para os nossos leitores que poderão não vos conhecer, quem faz o quê nos The Machine?
The Machine - Bem, temos o Hans, o nosso baixista, o Davy na bateria e eu como guitarrista e vocalista. Estamos juntos mais ou menos desde o outono de 2007 e tocamos rock, algumas das suas variadas formas.

MDX - Como escolheram o nome da banda?
The Machine - Foi durante uma sessão com um tabuleiro Oija que deu para o torto, numa noite escura e extremamente quente no meio do deserto de Flakkee, mais conhecido por pequeno Triângulo das Bermudas...Vendemos as nossas almas em troca de um sucesso infinito a tocar rock...e recomendaram-nos este nome.

MDX - Como desenvolvem as vossas músicas? Houve mudanças no processo criativo desde 2007 até agora?
The Machine – É quase sempre diferente de música para música. Algumas começam com demos que trazemos para a sala de ensaios, outras acontecem durante algum pequeno improviso que fazemos e surgem de forma quase instantânea. Por vezes usamos um riff de baixo do Hans ou uma batida especifica do Davy como ponto de partida e por aí fora. Algumas músicas levamos meses a finalizá-las, outras vezes levamos uma hora a chegar ao som final. Suponho que como a maioria das bandas trabalhamos como uma unidade. Um corpo só. Gradualmente passámos de uma situação em que apenas improvisávamos horas sem fim (há dez anos atrás era assim), e usávamos três acordes e uma quantidade semelhante de riffs por música com um solo de guitarra de dez minutos para depois compormos e estruturarmos e reestruturarmos ao mesmo tempo que também encurtávamos as músicas. Na verdade é muito mais fácil pensar um pouco as coisas e levar um pouco mais de tempo para que apareçam ideias novas e interessantes, ou seja agora levamos mais tempo a compor menos minutos de música.

MDX – O vosso ultimo álbum Offblast saiu em 2015. Já estão a trabalhar em músicas novas?
The Machine - Sim e não. Não, actualmente não estamos a escrever músicas novas. Sim, estamos a meio da gravação de um monte de músicas novas.

MDX – Quem são as vossas maiores influências na forma como fazem a vossa música?
The Machine – Há dez anos atrás quando começámos sentíamo-nos directamente influenciados por alguns artistas, hoje isso já não acontece. Por isso não existem actualmente nenhumas influências de vulto no que estamos a fazer apesar de todos nós trazemos influencias de outras músicas, como é normal. É correcto dizer que essas influências também vêm de outros estilos que extrapolam a nossa pequena cena. Para começar os nossos gostos pessoais são muito diversos. Eu passei agora algum tempo entre o Miles Davis dos anos 70, intercalando com algum punk hardcore e algum noise rock. Do ponto de vista criativo tenho-me interessado menos em tocar sem rumo definido para me focar mais em certos ambientes e composições. De um modo geral estamos mais focados. Mas a nossa maior influência criativa neste momento é talvez o facto de não nos querermos repetir e fazermos apenas aquilo nos apetece.

MDX – Se tivessem uma máquina do tempo, com quem e quando gostariam de tocar?
The Machine – ahahahahah! Bem, deixa-me pensar… Eu gostava de ir ao futuro...porque o passado é o passado. Como a nossa música tem estado sempre a evoluir e nós ainda somos uns deuses jovens, gostava de ver como estaremos daqui a 10 anos quando tivermos 40 e poucos, por isso basicamente gostaria de tocar comigo próprio!

 MDX – Como são os vossos concertos e o que podemos esperar do concerto no Sonic Blast?
The Machine – Infelizmente o nosso estilista demitiu-se há pouco tempo, foi trabalhar com uma banda mais na moda e com fatiotas a condizer por isso estamos um bocado à deriva na cena da imagem...mas como é verão e provavelmente vão estar pelo menos 30º graus é provável que estejamos de calções e t-shirt. Como sempre vamos dar o nosso melhor e divertir-mo-nos. É possível que no meio do set apareçam uma ou duas músicas novas. De certeza que não vamos tocar Moons of Neptune…. Nós tocámos no Sonic Blast em 2013 por isso também sabemos mais ou menos o que esperar do público. Digamos que isso é mais que suficiente para estejamos bastante ansiosos por voltar a Moledo.



Bandcamp  
Website Oficial



Entrevista publicada originalmente na Música em DX em 30/07/2017

Ao vivo em 01/Julho/17 Roadscum; Patrulha do Purgatório & Nashville Pussy! Rock’n roll nas veias!

No inicío de Julho estivemos no Stairway Club, em Cascais para presenciar um concerto que vai um pouco além do rock’n roll. Nessa noite em palco presenciámos três performances cada uma a fazer juz ao que representa. A abrir a noite estiveram os portugueses Roadscum que despertaram as mentes que de alguma forma pudessem ainda vir um pouco dormentes da noite anterior.
Os portugueses Roädscüm vinham definitivamente com toda a força possivél. De tal forma que ao cabo de poucos minutos ficaram sem uma das guitarras. Podia ser complicado gerir isto? Podia. Mas não foi! Eles não baixaram os braços, nem nada semelhante. Aliás toda a agressividade latente da sua sonoridade ficou ainda mais crua e o concerto decorreu como se de toda uma performance se tratasse acabando de forma quase apoteótica no palco!
Já a contar os minutos para Nashville Pussy tivemos Patrulha do Purgatório com um reportório emblemático e representativo do mais puro punk português a criar ondas de de nostalgia à mais bela maneira punk: Duros, agressivos e sem papas na lingua, sempre prontos a meter o dedo na ferida e a tornar impossivél que alguém se mantivesse quieto durante concerto tal o ritmo frenético das músicas!
Quando os Nashville Pussy entraram em palco o Stairway Club já se encontrava praticamente cheio para os receber como se fossem da casa, com uma tremenda ovação!

Na verdade, quem vem ver um concerto dos Nashville Pussy não vem apenas pela música...se vem apenas pela música recebe um grande bónus que é o verdadeirio espectáculo de rock’n roll que eles oferecem. Além de a maioria das letras girarem à volta de temas como alcoól, mulheres, sexo, dor de corno, droga, violência, etc e tal, eles são em palco tudo aquilo que apregoam nas suas músicas. Não é decerto nem por acaso que eles dizem “In Lust we trust”. É porque é mesmo isso que eles encarnam, como verdadeiros hedonistas que são. Eles não querem saber do parecer bem nem creio que se importem muito com o que os outros pensam, desde que dê para continuar a fazer concertos e noitadas será sempre maravilhoso. Amantes da vida, da loucura, da diversão sem regras nem prisões são em palco a verdadeira banda.
O rock’n roll da garrafa de whisky na mão e o cigarro ao canto da boca com Ruyter Suys a protagonizar fantásticos solos de guitarra que destilam aquela sensualidade que só ás mulheres com o verdadeiro rock’n roll nas veias é permitida (sim o verdadeiro...).
O rock’n roll que esquece o politicamente correcto, as maneiras e apenas mantém a boa educação! Assim é Blaine, provocador e mandão, sempre a pedir mais barulho, mais loucura na sua voz rouca e timbre sujo a beber cerveja do chapéu e a olhar para o público como se o mundo acabasse em menos de cinco minutos e eles em palco tivessem de fazer valer a pena tudo o resto.
O público que grita pela banda mas apenas grita: Pussy! Pussy! Como se estivessem a exorcizar dois mil anos de história que nos fazem não dizer palavras de forma natural!
Podem ver a reportagem completa com fotografia do Daniel Jesus no Música em DX 

Ao vivo em 20/Julho/17 A energia provocadora dos Meatbodies!

Os norte americanos Meatbodies vieram com toda a garra que lhes é característica, dispostos a não deixar pedra sobre pedra no Cais do Sodré.
Com uma casa quase cheia debitaram pouco mais de uma hora de música, para um publico sinceramente entusiasmado e carregado de energia pronto a receber a descarga vibrante da banda formada por Chad Ubovich há cerca de 5 anos em Los Angeles. 

Simpáticos afáveis e divertidos do primeiro ao último minuto, principalmente pela voz do guitarrista Patrick Nolan que confirma que Chad se encontra um “pouco” afónico.
O gozo que tem em dar concertos extravasa completamente para o público que sorri, abana o corpo e salta.
Him, do primeiro disco a abrir as hostilidades num nível bastante elevado que mantiveram quase durante 50 minutos, onde debitaram pelo meio de risos e pedidos de rum, ( haviam eleito o rum como a bebida da noite), algumas das músicas mais pujantes da sua discografia.
Como Chad estava sem voz, Patrick declarou unilateralmente avisando o público e os técnicos de som “Now i’m singing, deal with it!” numa verdadeira descontração provocadora.
O périplo pela discografia focou-se em temas musculados e com forte incidência nas sonoridades mais pesadas que apresentam, tornando-as ainda mais pesadas e distorcidas. 

Disciples e Montain, muito mais pujantes que nos discos, tornando impossível não saltarmos com toda esta gente que se movia num mosh pit juvenil e sorridente. Depois de Montain não mais houve sossego na sala, com hordas de miúdos e outros mais graúdos a darem largas a toda a energia que os Meatbodies transmitem. Passaram também por Haunted History, the Master e Gold.
E depois de 50 minutos em curva ascendente havia que acalmar os ânimos! Foi a Alice, o single homónimo do último disco que coube esse papel, numa continuidade de sorrisos e corpos ondulantes e felizes, vimos toda uma sala a relaxar de toda a adrenalina que ali havia sido libertada!

São concertos destes que nos mantém jovens e felizes.

Intensos, enérgicos, provocadores! Não os pudemos deixar ir embora sem encore, e o encore foi dado à escolha pelos próprios Meatbodies: Tremors ou Wahoo.

Queríamos ambas, mas Wahoo era a síntese deste concerto e foi ao som de um Wahoo ainda mais intenso que terminaram o concerto. Desordenados e felizes foi assim que nos deixaram!