Este ano os Asimov voltam a pisar os palcos do Reverence. Podia ser apenas e tão somente para apresentar o seu mais recente registo Truth,
ou para mostrar as novas roupagens de outras músicas mais antigas
porque agora ao duo composto por João Arsénio na bateria e Carlos
Ferreira na guitarra e na voz, se juntou Rodrigo Vaz no baixo. Mas vai
ser algo mais que isso. Aos Asimov em formato trio, juntam-se os Hidden Circus.
Junta-se o guitarrista Pedro Madeira, que já colaborou anteriormente
com os Asimov e que já conhece o Carlos Ferreira de outros carnavais
musicais. Inusitado e a adensar a surpresa trarão com eles a
violoncelista Joana Guerra.
Fomos falar com os Asimov num momento
cheio de surpresas e à beira de encetarem a sua primeira saída de
Portugal, numa série de datas a acontecer logo a seguir ao Reverence,
por terras de Espanha.
Estivemos no cimo da Alameda à conversa
com quase todos, num destes fins de tarde quentes e abafados. Sobre o
inicio de tudo, as mudanças e o futuro. Os Asimov sabem bem quem são e
apesar de não terem planos traçados a régua e esquadro tem construido
habilmente e de forma coerente o seu caminho, sem nunca se esquecerem
que o que andam a fazer é na verdade o que mais gostam. Aproveitámos
para conhecer pelas palavras dos intervenientes directos como tudo
começou, mudou e vai continuar.
Isabel Maria – Como é que surgiram os Asimov?
Carlos Ferreira – Os Asimov eram uma
espécie de … bem as primeiras gravações de Asimov são de 2002 talvez…
uma coisa que eu fazia mais ou menos a solo, músicas que não se
enquadravam bem nas bandas em que tocava naquela altura como Brainwashed
by Amalia.
Em 2010, 2011 mais ou menos tinha
material suficiente para gravar um álbum e com a ajuda de um outro amigo
nosso na bateria o André Silva, gravei. Quando tinha tudo gravado o
João ligou-me, ele era de Dollar Lama e queria voltar a tocar, eles
tiveram um hiato, e ele ligou me “ Olha queria voltar a tocar bateria
com alguém e das pessoas todas que conheço era contigo que gostava de
experimentar!” – “Calha mesmo a jeito porque tenho isto gravado e não
tenho ninguém com quem tocar!”. Este amigo com quem gravei o álbum, o
André, a ideia era “Desenrasco-te isso mas não faço parte”, foi uma
espécie de músico de estúdio.
O João ouviu o que estava gravado,
gostou e entretanto já tinha mais umas ideias e a partir daí começou a
rolar tudo, de há mais ou menos seis anos para cá. Nesse ano demos o
primeiro concerto a abrir para Pink MountainTops, a banda paralela do
Stephen McBean de Black Mountain.
Temos agora o Rodrigo no baixo,
finalmente temos mais um membro connosco, porque a ideia de sermos um
duo foi um bocado acidental, não foi uma coisa planeada nem pensada: “Ah
vamos ser só um duo!”
A nossa ideia era mesmo arranjarmos
alguém que sentíssemos que se enquadrava bem no espírito da música que
estávamos a fazer, no nosso mundo, aí sim inseríamos alguém mais. E seis
anos depois aparece o Rodrigo.
Isabel Maria– Quais foram as maiores diferenças que surgiram na gravação deste segundo disco?
Carlos Ferreira – O Overseas foi uma
bocado mais clássico, aquilo surgiu tudo sem pensar muito, depois para o
Truth pensámos em arranjos e onde é que aquilo iria dar.
Começamos sempre por fazer uma jam nos
ensaios para aquecer, todas ou quase todas as músicas que surgiram
apareceram quase sempre nessas géneses iniciais de ensaio, numa cena de
jam livre mesmo, “ah este riff é fixe, ou isto parece-me bem, ou como é
que vamos daqui para aqui?” E a partir daí começamos a limar um bocado o
processo.
Outra coisa que também aconteceu é que
há mais ou menos dois anos quando começámos a tocar as músicas ao vivo, e
a inseri-las com as outras, para vermos se aquilo funcionava bem ou
funcionava melhor de outra forma.
Quando fomos gravar, foi um processo de
gravação curioso. Gravámos uma música por semana porque temos trabalhos e
horários limitados, entre Outubro e Dezembro de 2015, fomos gravando e
fomo-nos surpreendendo a nós próprios. Talvez o facto de termos já isto
tudo tocado ao vivo, ao gravar, gravámos a base muito facilmente. A
base era tão completa que foi só compor o resto. Acho que foi essa a
maior diferença.
Isabel Maria– Tem bandcamp, como é a vossa venda lá para fora?
Carlos Ferreira – Aparecem uns downlads
de vez em quando, nada de significativo, de vez em quando lá aparece
mais um. Quando saiu o álbum houve um bocado mais, agora como saiu o
álbum em vinil com uma editora espanhola acaba por haver um novo foco
de interesse no ultimo álbum e houve mais umas coisas mas nada de
significativo.
João Arsénio – É mais para estar disponível para se alguém quiser ouvir.
Carlos Ferreira – Mesmo o nome da página acaba por não ser o mais acessível do mundo, não é algo a que liguemos muito.
Isabel Maria– Dá para fazer algumas medições ou achas que não corresponde à realidade do que está disponível
Carlos Ferreira – Mais ou menos, mas
mesmo o primeiro álbum ainda dá para encontrar lá fora de forma
relativamente fácil, os dois primeiros editámos nós, em edição de autor,
private pressing e há uma distribuidora sueca que ainda tem o primeiro e
há uma distribuidora holandesa que tem o segundo. O Truth é a editora
que está a tratar dessas coisas todas pelo que nem nos preocupamos com
isso.
Isabel Maria– É bom retirar esse peso e não terem de se preocupar com todos esses pormenores?
Carlos Ferreira – É claro que é, porque
nós somos músicos. O nosso papel é tocar não é estar preocupados com a
parte da gerência da banda, temos um agente para os concertos que é o
Jonas Gonçalves da Ya Ya Yeah. Mas qualquer pessoa que nos contacte a
nós, passamos a ele e acabamos por funcionar todos em equipa. Acho que o
que nós fazemos é trabalhar em equipa com quem ganhamos confiança, como
uma mini família. A cena comercial no sentido de vendas, pensar nesses
pormenores…não pensamos muito nisso.
Isabel Maria – Não estão centrados especificamente em vender?
Carlos Ferreira – Não, claro que
estamos, senão estávamos só a tocar para nós e para os amigos, nós temos
esse objetivo de haver produto e para ser vendido , mas não é isso que
nos move, ou que nos preocupa realmente. Ou o que é que as pessoas vão
pensar ou o que é que vai funcionar com o público ou não. É um pouco,
nós fazemos isto e está aqui disponível e então não estamos muito
preocupados em grandes concessões ou se vai em teoria vender ou não, a
música não é uma coisa que se venda dessa maneira pelo menos para nós.
Quem ouve a nossa música vai perceber aquela ideia, de que é autêntica.
Óbvio que queremos exposição, mas não nos preocupamos muito com isso.
João Arsénio – Preocupamo-nos mas não é o
nosso motor, o nosso motor é fazer música. Um bocado na ideia do que é
que é música que nós gostaríamos mesmo que fosse outra pessoa a fazer,
não vamos estar a pensar se vai soar assim ou assado.
Carlos Ferreira – Ou vamos fazer como
aquele ou o outro porque nos inserimos demasiado numa cena musical, nós
fazemos um bocado aquilo que gostamos mesmo de fazer e às vezes gostamos
muito da ideia de “não era fixe haver um álbum que tivesse uma música
assim?”, uma coisa que o João diz muito em relação ao Truth: “Eu
comprava este álbum”. Acaba por nos apanhar meio desprevenidos, a
maneira como saiu o álbum não estávamos bem à espera. O facto de não
termos expectativas para cumprir, e assim fazemos as coisa de um modo
mais natural talvez, sem forçar nada de propósito só porque tem de ser.
Isabel Maria – Rodrigo, como é se deu a tua entrada nos Asimov?
Rodrigo Vaz – Eu acho que os Asimov
estavam bem como um duo mas precisavam de alguma coisa ou outro input
diferente, não que eles estivessem a fazer coisas erradas. Eu já ouvia o
que eles fazem há alguns anos e sempre gostei muito. Comecei por me dar
com o Carlos e com o João, e na minha perspetiva eu achei que eles
precisavam de uma coisa, de um impulso, ter um baixo, ou outro
instrumento qualquer. Tenho uma perspetiva parecida, não pensamos todos
igual mas de formas parecidas e acho que ter um baixo complementou o som
dos Asimov, outra forma de compor, outra forma de trabalhar e fazer
música.
Isabel Maria– Como foi passar de um diálogo apenas a dois, para esta nova «situação»?
João Arsénio – Nós já queríamos isto
há algum tempo mas nunca se tinha proporcionado, veio dar-nos mais vida,
outra força e mesmo um novo caminho e estamos a gostar imenso do que
estamos a fazer com o Rodrigo.
Carlos Ferreira – Até certo ponto
estamos a reaprender a nossa música, porque estávamos tão habituados a
fazer a coisa a dois. Cabia a nós dois fazer funcionar tudo ao vivo, e
não tendo ainda chegado ao limite do que conseguíamos fazer a dois,
podemos agora fazer outras coisas também. Mais como nos álbuns. Os
álbuns já tem baixo, é daquelas coisas que as pessoas não se apercebem,
mas eu gravava o baixo e não só. O álbum tem mais do que parece na
realidade. Parece muito cru muito sujo mas aquilo tem mais pormenores do
que a primeira audição revela. Nós não fazemos ao contrário do que
muita gente pensa, takes directos. Gravamos os álbuns, somos nós que
fazemos tudo mas não é preciso ser só como no duo. E assim acrescentamos
mais coisas, mas que depois não podemos tocar ao vivo porque não
funciona.
Isabel Maria – Mas mesmo assim não deixaram de as fazer.
Carlos Ferreira– Claro que não. Há
coisas que por vezes nós chegamos a um ponto e aquilo parece vazio, e
pomos de parte, naquela de “um dia logo vemos o que é que acontece” e
como dissemos estamos a reaprender a tocar as músicas, porque há coisas
que eu agora não tenho de fazer na guitarra, não tenho de encher tanto o
som, há o baixo como base, eu posso até fazer mais base para depois o
João poder viajar mais com o Rodrigo, ficarem os dois um bocado mais
livres.
Isabel Maria – Vocês já estiveram no
Reverence em 2014, já sabem o que é que o público está à espera mas este
ano vão fazer algo mais. Podem desvendar ou ainda é segredo?
Carlos Ferreira – Nós já desvendámos um
pouco em Maio na Feira Morta. Já temos algumas coisas a meio caminho.
Nós estamos a compor o que será o próximo álbum, temos o calendário mais
ou menos pensado na nossa cabeça, mais ou menos aquilo que tem de ser
mesmo feito e temos já algumas músicas novas com mais elementos, temos o
Pedro Madeira na segunda guitarra e a Joana Guerra que é violoncelista.
Vamos mostrar músicas novas, algumas das que tocámos na Feira Morta em
Maio.
Isabel Maria– Como é que surgiu a parceria entre Hidden Circus e Asimov?
Pedro Madeira – Nós somos todos do
Cacém, com excepção da Joana que é de Rio de Mouro e eu toco com o
Carlos, on e off há muito tempo. Tínhamos os Brainwashed by Amalia e eu
toquei com ele nessa altura. Depois tivémos um duo que se chamava
Mamute. Entretanto eu estive uns anos fora, em Espanha a fazer outras
coisas e estivemos uns anos sem tocar juntos, mas esses anos foram
excepção, porque há muitos anos que temos vindo sempre a colaborar
juntos. Além disso, tenho feito umas coisas com guitarra acústica
sozinho, sob o nome de Peter Wood, sendo que a primeira pessoa que ouviu
e gravou isso foi o Carlos. As coisas vão acontecendo e um dia
aconteceu e é um orgulho tocar com eles, dar uma ajudinha, que é isso
que eu estou a fazer, dar uma ajudinha.
Isabel Maria – Se pudessem viajar no tempo, com quem gostariam de tocar ou partilhar o palco?
João Arsénio – Tanta gente, mas Neil
Young. Tenho muito respeito pela pessoa dele, pela carreira dele. Acho
que é um deus do Rock
Rodrigo Vaz – Hey, essa era a minha resposta!
Carlos Ferreira – 2-0 para o Neill
Young! (Risos) Essa questão é um bocado curiosa, porque há algum tempo
estava a pensar na ideia do tempo, “Ah se isto fosse os anos 70 é que
era”…mas na verdade eu acho que isso é uma falsa questão, estamos a
viver é agora. Acho que no fundo tudo ia ser um bocado a mesma coisa.
Isabel Maria – Então e se tirássemos da questão a viagem no tempo? Com quem gostarias de partilhar o palco?
Carlos Ferreira – Mudhoney, que é uma
banda que respeito bastante, a banda que mais respeito que ainda existe.
Uma banda que fez as coisas à sua maneira. Não creio que seja sorte,
nestas coisas existem oportunidades e ou as aproveitas ou não. Há que
criá-las e aproveitá-las. E é uma banda com a qual ainda hoje me
identifico, mesmo a própria gestão da banda. Eles também tem empregos
como nós. Estive a ler o livro sobre eles, e eles estão limitados para
tudo pelos horários do baixista que é enfermeiro. O primeiro baixista
tinha saído para se tornar marceneiro, deixou mesmo a música, fartou-se.
Acho que eles gerem aquilo tudo à volta do baixista. Uma semana de
férias com a família e o resto é para gravações e tours. Acho que é uma
banda que tem os pés bem assentes na terra, algo com que nos
identificamos.
João Arsénio – São fieis com eles próprios, são coerentes nas escolhas que fazem.
Carlos Ferreira – Se eles viessem cá e
nós pudéssemos fazer a primeira parte, acho que ficava contente só de
tocar um acorde. Ok, já toquei, podem tocar os Mudhoney!!!
Rodrigo Vaz – Eu ia responder Neil
Young, mas o João já respondeu, por isso seriam os Rush. É uma banda que
admiro muito e por mais anos que passem, por mais coisas que oiça eu
vou sempre lá parar outra vez, aos Rush. Foram das primeiras bandas que
senti mesmo. Mais pelas letras. Quando ouvi pensei; “Eh lá, afinal não
estou sozinho!” Por mais anos que viva vou sempre lá dar.
Pedro Madeira – Isso é sempre difícil. Como o Carlos diz, a cena do antigamente é que era bom..isso não é bem assim!
Isabel Maria– Não te sintas limitado
pela questão do tempo, no fundo a viagem no tempo serve apenas para
poderes escolher quem quer que seja. Passado, presente ou futuro!
Pedro Madeira – Ah não te preocupes que
isto era só estilo, eu não me perdi! (Risos) Mas já que o que me
interessa é o presente eu gostava de tocar com uma banda com a qual eles
já tocaram, com os Bardo Pond que ainda andam aí. Ainda mexem e
profissionalmente não devem de ser um caso muito diferente dos Mudhoney.
Os Asimov já tiveram a sorte de tocar imediatamente antes dos Bardo
Pond no primeiro Reverence. E eu acho que não foi uma coincidência, acho
que foi alinhamento cósmico e pode ser que eu ainda tenha essa sorte.
Isabel Maria– O que é que andam a ouvir
actualmente? O que é que ouvem no carro, no leitor mp3 ou no telemóvel,
ou tem no gira-discos ou no leitor de CD’s?
Carlos Ferreira – Neil Young, Bardo
Pond, Mudhoney e Rush!! (Risos) Ainda hoje de manha estava a ouvir uma
banda chamada Spirit of Jonh Morgan, uma cena obscura dos anos 70. eu
vou sempre dar um bocado ao mesmo sitio…bandas semi-obscuras dos anos 60
e 70, que tem ali uma coisa qualquer meio fora…
João Arsénio – A última coisa que ouvi,
pode parecer um bocado estranho mas ontem estava a ouvir Carlos Paredes e
estava a gostar bastante.
Rodrigo Vaz – Eu ouvi The Clash, tenho ouvido bastante Kadavar…Rush. Neil Young.
Pedro Madeira – Eu esta semana tenho
ouvido Stevie Wonder e ando outra vez a ouvir os Canned Heat que são a
melhor banda do mundo e que é uma banda a que vou sempre voltando…
Isabel Maria – Vai acontecer um registo oficial desta colaboração dos Asimov com os Hidden Circus?
Carlos Ferreira – Sim, mas depende um
bocado dos horários… com os Hidden Circus isto é um bocado a banda
completa, mas há a questão dos horários e resolvemos fazer isto e
juntar-nos quando vale mesmo pena. Fizemo-lo em Maio e depois alinhámos
todos os nossos calendários para o Reverence. A Joana não está hoje, só
volta para os ensaios mais perto do Reverence. Estamos já a gravar aos
poucos mas é um bocado ver quem está disponível e quando para gravar
O Pedro vai agora para fora 4 meses a
seguir ao Reverence, e quando ele voltar, grava também. E vamos ver o
que é que vai dar. Depende um bocado do que é possível fazer ou não com
os pés assentes na terra. Pesar bem o que é possível e se vale a pena,
se dá tudo bem, se não dá fica para a próxima.
Pedro Madeira – Se der para meter um solo de harmónica, dá. Se não der não se mete!
Carlos Ferreira – O Pedro já tem um solo de harmónica no segundo álbum. Não está creditado mas ….está lá na primeira música.
Pedro Madeira – Devia de ser em todos!
Carlos Ferreira – Aliás eu acho que devíamos fazer um álbum todo; Asimov em Harmónica!
Isabel Maria – Vão tocar no Reverence, mas também vão ficar para ver algumas bandas! O que é que querem mesmo não perder no Reverence?
João Arsénio – Hills!
Rodrigo Vaz – Hills!
Carlos Ferreira – Hills! E os Träd Gräs
Och Stenar…Mas aqui como noutros festivais a parte divertida da coisa
acaba por ser deixares-te apanhar pela situação de não conheceres as
bandas e seres surpreendido. A ideia para mim é depois ir explorar. Como
há dois anos os Dewollf, que estávamos a ouvir ao longe e depois acabei
por explorar um bocado porque o concerto me chamou a atenção.
Pedro Madeira – Os Hills e os Träd Gräs
Och Stenar também, mas no fundo é uma oportunidade para conhecer coisas
novas, eu não oiço muitas coisas novas por isso…
Isabel Maria – Umas palavras sobre este que não é oficialmente a vossa ocupação principal, a música, mas que na verdade acaba por ser.
João Arsénio – Para mim a música é sentir-me vivo, é o que me faz andar para a frente em muitas situações da minha vida. É amor.
Carlos Ferreira – Um bocado um escape também!
João Arsénio – Também um escape, sim.
Carlos Ferreira – Ás vezes eu não me
sinto muito à vontade. Enquadro-me bem na sociedade mas não sou
necessariamente a pessoa que melhor se enquadra. É um pouco “Ok, pode
ser, estão a falar de isto ou daquilo ou de futebol ou do trabalho e
tudo bem, pode ser, só sabem falar disso? Não há problema!” Eu dou-me
convosco e percebo a vossa perspectiva, mas depois tenho um bocado na
ideia fazer a minha cena….ou fazer com que um pouco de mim saia cá para
fora sem que tenha de dar satisfações a ninguém.
Rodrigo Vaz – A música não é nossa
actividade principal mas é o que dá sentido a tudo o resto. É o meu
grande escape da vida e como o Carlos disse, também não sou nem de perto
a pessoa que se enquadra melhor nisto tudo e acaba por ser um escape.
Pedro Madeira – Eu subscrevo tudo…a
música é uma coisa excelente, e o melhor é mesmo podermos estar uns com
os outros e trabalhar, mas sem ser trabalho e acho que isso é divertido.
Podem ler a entrevista completa, com as fotos do Luis Sousa no Música em DX onde foi publicada originalmente em 04/09/2017
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