Songs To Nowhere#109#Trendkill Radio#6.09.2021

Entrevista a Psilocibina - uma selva cheia de música


 

psi·lo·ci·bi·na 

(latim científico
Psilocybe, do grego psilós, -ê, -ón, despido, descoberto + grego kúbe, -es, cabeça + -ina)
substantivo feminino
[Farmácia, Química]  Substância (C12H17N2O4P) que tem propriedades psicoactivas e alucinogénicas, encontrada em alguns cogumelos.

psi·lo·ci·bi·na
(latim científico Psilocybe, do grego psilós, , -ón, despido, descoberto + grego kúbe, -es, cabeça + -ina)

substantivo feminino

[Farmácia, Química]  Substância (C12H17N2O4P) que tem propriedades psicoactivas e alucinogénicas, encontrada em alguns cogumelos.

"psilocibina", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/psilocibina [consultado em 12-10-2019].

Os Psilocibina estão em tour. São uma banda relativamente recente e com um nome bastante sugestivo para quem gosta do género a que se dedicam, daí que o inicio deste texto seja exactamente o paragrafo do dicionário que nos informa por alto do que estamos a falar. Tomei conhecimento dos Psilocibina através dos Samsara Blues Experiment, (Christian Peters vive actualmente no Brasil), com quem os Psilocibina viriam a fazer uma tour durante o ano passado. Não passaram despercebidos e se normalmente o não passar despercebido se relaciona com a "originalidade" de cada banda, aqui passa também pela qualidade e pela capacidade de se distinguirem dos demais ao não hesitar em dar um cunho muito brasileiro às suas músicas. Nos riffs e ritmos sentem-se essas mesmas raízes com novas roupagens mas sem se demitirem desse mesmo legado e isso é visivél nos nomes que escolheram para as suas músicas (Trópicos, Na Selva Densa). Esta noite vão estar no Sabotage Club para uma noite de riffs quentes e jams infinitas). 

 
 Psilocibina - 2069

Songs to Nowhere - Como se conheceram e como chegaram até este momento com esta formação?

Psilocibina - Olá! Nos conhecemos pois éramos todos da mesma cidade (Niterói, Rio de Janeiro). Eu (Alex Sheeny, guitarrista) já conhecia o baixista Rodrigo Toscano desde pequeno por ser muito amigo e ter estudado com seu irmão mais velho, assim começamos a tocar em casa juntos como amigos. Um pouco depois morei um tempo fora do Rio e nessa época o Rodrigo teve uma banda com o baterista Lucas Loureiro. Algum tempo depois nos reunimos para fazer jams e acabou formando uma banda.

STN - O nome da banda é extremamente sugestivo, por isso tenho de vos perguntar o porquê desta escolha, é uma sugestão ou uma declaração?

Psilocibina - O nome da banda tem a ver com o período em que formamos a banda, em que tivemos durante um tempo experiências com a psilocibina. Mas para nós o nome está relacionado diretamente com conceito de unidade entre o ser humano e a natureza, que acreditamos ser a mensagem mais importante dessa experiência. Não temos pretensão de sugerir nada, mas vemos essa ligação como algo importante e que buscamos traduzir em nossa música.

STN - O vosso primeiro disco foi editado em 2018 e dele saíram canções como LSD ou 2069, podem falar
um pouco do processo de composição dessas duas músicas?

Psilocibina - O processo de composição muitas vezes parte de uma ideia (como um riff ou uma progressão) e os arranjos são definidos muitas vezes a partir de jams. Temos hábito de gravar nossos ensaios e então quando conseguimos captar algo que consideramos expressivo normalmente damos prosseguimento.




STN - Foram sempre uma banda instrumental ou seja foi este o vosso projecto desde o inicio ou foi algo que aconteceu e nem se deram conta?

Psilocibina - Nós sempre fomos uma banda instrumental mas não estamos limitados a isso, talvez no próximo disco a gente experimente algumas inserções com voz nas músicas.

STN - Como funciona o vosso processo criativo?

Psilocibina - Como falei anteriormente: O processo de composição muitas vezes parte de uma ideia (como um riff ou uma progressão) e os arranjos são definidos muitas vezes a partir de jams. Temos hábito de gravar nossos ensaios e então quando conseguimos captar algo que consideramos expressivo normalmente damos prosseguimento.

STN - Quais as vossas maiores influências artísticas?

Psilocibina - Bom, temos um gosto musical bem abrangente, então seria um pouco limitador citar nomes. Mas o que nos influência e nossa formula é a fusão da música brasileira, jazz, rock e psicodelia.

STN - Quem produz a arte dos vossos discos e merchandising?

Psilocibina - As artes foram feitas por mim (Alex Sheeny, guitarrista) e a arte da turnê europeia (a da raposa) foi feita por mim e pelo baixista Rodrigo Toscano em parceria.

 

STN - Quais as vossas expectativas para esta primeira tour europeia?

Psilocibina - Sinceramente não sabíamos muito bem o que esperar, mas hoje estamos já chegando praticamente no meio de nossa turnê e todas nossas expectativas foram superadas. O retorno do público foi surpreendente e muito positivo. Estamos muito felizes com essa oportunidade e estamos dando tudo de si em todas as noites.

Songs to Nowhere - Que disco ou banda vos surpreendeu mais nos últimos tempos?

Psilocibina - Preferia pular esta pergunta pois diversos artistas em diversos estilos de música nos surpreendem quase que diariamente, então não seria justo nomear somente um.

STN- Tem outra ocupação para lá dos Psilocibina?

Psilocibina - Sim, todos nós temos outras ocupações. Infelizmente ainda é impossível para nós sobreviver somente de música e pagar contas ao mesmo tempo.

STN - Tem formação musical ou são auto didatas?

Psilocibina - Somos todos autodidatas.

STN - Qual a vossa opinião sobre as mudanças que a internet impôs ao mercado da música?

Psilocibina - Bom, são mudanças inevitáveis e acredito que essas mudanças tem lados positivos e negativos. Acho que não cabe a nós fazer um juízo de valor se essas mudanças são boas ou ruins pois seria somente perda de tempo. Estamos mais focados em aproveitar as novas possibilidades e sempre nos adaptar a realidade.

STN - Já passou um ano desde a saída de Psilocibina, ultrapassou as vossas expectativas? É que entretanto já abriram concertos para bandas como os Samsara Blues Experiment entre outros pesos pesadas da cena stoner e psicadélica actual….

Psilocibina - Sim, com certeza. O disco ultrapassou totalmente nossas expectativas pois de início não esperávamos nada. Gravamos e produzimos o disco de forma independente e até o próprio lançamento do nosso LP na Europa foi uma grande surpresa. Agora com a turnê está sendo surpreendente ver de perto aonde nosso trabalho chegou e como tocou algumas pessoas.

No entanto gostaríamos de ressaltar que nada disso seria possível sem o apoio do nosso selo no Brasil – Abraxas Records, comandado pelo irmão do Rodrigo, o Felipe Toscano. E também com o apoio do selo alemão Electric Magic Records (comandado pelo Christian Peters, Samsara Blues Experiment) que lançou nosso discos na Europa.

Psilocibina Supernova 3333

STN - Esta pergunta é quase sempre inevitável. Para quando um novo álbum?

Psilocibina - Estamos planejando um novo lançamento para o ano que vem. Nessa turnê já estamos tocando algumas músicas novas que estarão no próximo disco.

STN - Qual a vossa opinião e de que forma vos afecta a actual situação política no Brasil?

Psilocibina - Bom, somos totalmente opostos ao governo atual. Nos afeta pois além de ser um governo que que vai totalmente contra as liberdades individuais acreditamos ser a pior fase política que o país já passou.

STN - Se pudessem viajar no tempo com quem gostariam de partilhar o palco ou que concerto gostariam de ver?

Psilocibina - Se pudéssemos viajar no tempo seria para o futuro, então ficaria difícil nomear alguém para partilhar o palco. 2069!

STN - A última palavra é vossa!

Psilocibina - Gostaríamos de agradecer a todos que tem ido aos nossos shows e nos dado suporte seja comparecendo aos shows, comprando nossos discos ou nosso merchandise e também a nossas famílias e amigos que nos apoiam. Fazer música é uma tarefa ingrata mas ao mesmo tempo é um ideal de vida. Por isso nunca deixem de acreditar nos seus sonhos. É a única mensagem possível. Obrigado!

Entrevista  - Isabel Maria

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